No dia 16 de julho, há 750 anos, o mais extraordinário penhor de salvação jamais dado ao homem - o Escapulário do Carmo - era entregue a São Simão Stock. Por isso, os carmelitanos declararam 2001 "Ano Mariano" para toda a Ordem.
Certo dia, que já vai longe, andando pelas
ruas de Roma, encontraram-se três insignes homens de Deus.
Um
era Frei Domingos de Gusmão, que recrutava membros para a Ordem que fundara, a
dos Pregadores, mais tarde conhecida como dos "dominicanos". Outro
era o Irmão Francisco de Assis, o Poverello, que havia pouco reunira alguns
homens para servir ao que chamava a Dama Pobreza. O terceiro, Frei Ângelo,
tinha vindo de longe, do Monte Carmelo, na Palestina, chamado a Roma como
grande pregador que era.
Os três, iluminados pelo Divino
Espírito Santo, reconheceram-se mutuamente, e no decurso da conversa fizeram
muitas profecias.
Santo Ângelo, por exemplo, predisse os
estigmas que seriam concedidos por Deus a São Francisco.
E São Domingos profetizou: "Um
dia, Irmão Ângelo, a Santíssima Virgem dará à tua Ordem do Carmo uma devoção
que será conhecida pelo nome de Escapulário Castanho, e dará à minha Ordem dos
Pregadores uma devoção que se chamará Rosário. E um dia Ela salvará o mundo por
meio do Rosário e do Escapulário".
No lugar desse encontro construiu-se
uma capela, que existe até hoje em Roma.
A Grande Promessa: Não irás para o fogo do
inferno.
Se a bula Papal aplacara
momentaneamente o furor dos inimigos do Carmelo, não o fizera cessar de todo.
Depois de um período de calmaria, as
perseguições recomeçaram com mais intensidade. Carente de auxílio humano, São
Simão recorria à Virgem Santíssima com toda a amargura de seu coração,
pedindo-Lhe que fosse propícia à sua Ordem, tão provada, e que desse um sinal
de sua aliança com ela.
Na manhã do dia 16 de julho de 1251, suplicava
com maior empenho à Mãe do Carmelo sua proteção, recitando a bela oração por
ele composta, Flor Carmelis.
Segundo ele próprio relatou ao Pe.
Pedro Swayngton, seu secretário e confessor, de repente "a Virgem me apareceu em grande cortejo, e, tendo na mão o hábito
da Ordem, disse-me:
Recebe, diletíssimo
filho, este Escapulário de tua Ordem como sinal distintivo e a marca do
privilégio que eu obtive para ti e para todos os filhos do Carmelo; é um sinal
de salvação, uma salvaguarda nos perigos, aliança de paz e de uma proteção
sempiterna. Quem morrer
revestido com ele será preservado do fogo eterno”.
Essa graça especialíssima foi
imediatamente difundida nos lugares onde os carmelitas estavam estabelecidos, e
autenticada por muitos milagres que, ocorrendo por toda parte, fizeram calar os
adversários dos Irmãos da Santíssima Virgem do Monte Carmelo.
São Simão atingiu extrema velhice e
altíssima santidade, operando inúmeros milagres, tendo também obtido o dom das
línguas; entregou sua alma a Deus em 16 de maio de 1265.
Privilégio Sabatino: livre do Purgatório no primeiro sábado após a
morte
Além dessa graça específica da
salvação eterna, ligada ao Escapulário, Nossa Senhora concedeu outra, que ficou
conhecida como privilégio sabatino.
No século seguinte, apareceu Ela ao
Papa João XXII, a 3 de março de 1322, comunicando àqueles que usarem seu
Escapulário:
"Eu, sua Mãe, baixarei
graciosamente ao purgatório no sábado seguinte à sua morte, e os levarei
daquelas penas e os levarei ao monte santo da vida eterna" .
Quais são,
então, as promessas específicas de Nossa Senhora?
1º. Quem morrer com o Escapulário não
padecerá o fogo do inferno.
Que desejava Nossa Senhora dizer com
estas palavras?- Em primeiro lugar, ao fazer a sua promessa, Maria não quer
dizer que uma pessoa que morra em pecado mortal se salvará.
A morte em
pecado mortal e a condenação são uma e a mesma coisa. A promessa de Maria
traduz-se, sem dúvida, por estas outras palavras:
"Quem morrer revestido do
Escapulário, não morrerá em pecado mortal".
Para tornar isto claro, a Igreja
insere, muitas vezes, a palavra "piamente" na promessa: "aquele
que morrer piamente não padecerá do fogo do inferno".
2º. Nossa Senhora livrará do
Purgatório quem portar seu Escapulário, no primeiro sábado após sua morte.
Embora freqüentemente se interprete
este privilégio ao pé da letra, isto é, que a pessoa será livre do Purgatório
no primeiro sábado após sua morte, "tudo que a Igreja, para explicar estas
palavras, tem dito oficialmente em várias ocasiões, é que aqueles que cumprem
as condições do Privilégio Sabatino serão, por intercessão de Nossa Senhora,
libertos do Purgatório pouco tempo depois da morte, e especialmente no
sábado" .
De qualquer modo, se formos fiéis em
observar as palavras da Virgem Santíssima, Ela será muito mais fiel em observar
as suas, como nos mostra o seguinte exemplo:
Durante umas missões, tocado pela
graça divina, certo jovem deixou a má vida e recebeu o Escapulário. Tempos
depois recaiu nos costumes desregrados, e de mau tornou-se pior. Mas, apesar
disso, conservou o santo Escapulário.
A Virgem Santíssima, sempre Mãe,
atingiu-o com grave enfermidade. Durante ela, o jovem viu-se em sonhos diante
do justíssimo tribunal de Deus, que devido às suas perfídias e má vida, o
condenou à eterna danação.
Em vão o infeliz alegou ao Sumo Juiz
que portava o Escapulário de sua Mãe Santíssima.
- E onde estão os costumes que correspondem
a esse Escapulário? - Perguntou-lhe Este.
Sem saber o que responder, o desditoso
voltou-se então para Nossa Senhora.
- Eu não posso desfazer o que meu
Filho já fez - respondeu-lhe Ela.
- Mas, Senhora! - exclamou o jovem -
Serei outro.
- Tu me prometes?
- Sim.
- Pois então vive.
Nesse momento o doente despertou,
apavorado com o que vira e ouvira, fazendo votos de portar doravante mais
seriamente o Escapulário de Maria.
Com efeito, sarou e entrou para a Ordem dos
Premonstratenses. Depois de vida edificante, entregou sua alma a Deus. Assim
narram as crônicas dessa Ordem.
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