Academia da Congregação Maria de Nossa Senhora Auxiliador e de São José

São José Mestre da Vida Interior
            Não é difícil de se ouvir a afirmação que São José, porque exerceu a sua profissão de carpinteiro em Nazaré para sustentar a sua família, tenha exercido consequentemente uma atividade exterior e por isso tenha tido pouco tempo para as atividades interiores.
Toda a vida de São José em contato com Jesus e Maria era portanto pautada pela contemplação do mistério do Filho de Deus em sua casa, na qual palpitava de amor o coração de seu Filho, sempre em perfeita harmonia com os afetos de sua vontade humana e com o seu amor divino, quando em contato com sua mãe Maria na pequena casa de Nazaré, e com seu pai putativo José, ao qual obedecia ajudando-lhe como fiel colaborador, no trabalho da carpintaria, como afirmou  Pio XII, em sua encíclica Haurietes Aquas, em maio de 1955.
No desenrolar desta sua vida contemplativa, como afirmou São Bernardo, “o Senhor encontrou José segundo o seu coração e lhe confiou com plena segurança o mais misterioso e sagrado segredo de seu coração. Para ele revelou a obscuridade e os segredos de sua sabedoria, possibilitando-lhe de conhecer o mistério desconhecido por todos...” (Hom Super Missus: Pl 183,70).
Portanto, se alguém duvida que em São José não houve a dimensão contemplativa, podemos afirmar que o amor que ele vivenciou e participou juntamente com Jesus e Maria, assegurou-lhe a união entre a sua vida contemplativa e ativa.
O amor de São José para Jesus era puro amor de contemplação desta verdade divina (Jesus) que se irradiava da própria humanidade de Jesus; era ao mesmo tempo, puro amor a serviço à própria humanidade de Jesus. Com esta preocupação e dedicação para amar e servir a Jesus, José procurou a amar e a ser amado com todas as suas forças e assim chegou ao cume supremo do amor, sendo que não se pode exprimi-lo de outro modo, senão concluindo que depois de Maria, José amou como José.
Encontramos em São José uma vida num clima de silêncio que acompanhava os acontecimentos de sua vida, e que lhe dava o seu perfil interior. Os evangelhos falam que José “fez”, mas este fazer é envolvido num profundo clima de contemplação. A contemplação é definida como a ciência do amor (São João da Cruz), é aquela atitude de alguém que se ilumina do amor de Deus ao considerar a sua beleza; é algo que faz com que a verdade divina não só seja vista, mas amada (Santo Tomás).
São João de Catagena citando a frase de Provérbios 6,27: “Pode alguém carregar o fogo sem queimar a própria roupa? afirma igualmente que “José trazia em seu peito o fogo, isto é, Cristo, aliás, infinitas vezes o tocou com suas mãos, trocou suas roupas, vestiu-o abraçou-o, beijou-o e certamente ardia em si de modo fortíssimo a chama do seu amor” (J.Vives, Summa Josephina, Romae, 1907, nº.  673-675).
Por isso José superou todos os santos na vida contemplativa em vista de ser tocado profundamente durante a sua missão pelo exemplo de Cristo e de Maria. É por causa desta sua profunda vida interior alimentada pelo amor. Na verdade, São José experimentou o puro amor de contemplação da verdade divina que irradiava da humanidade de Cristo com o qual ele convivia, assim como também experimentou a exigência do amor, ou seja, o amor de serviço requerido aos cuidados de Jesus.
Termino com a consagração da nossa vida e família ao glorioso patriarca São José, retirado de nosso “Manual do congregado mariano”, página 276, 10ª edição de 1948.

                                                  CONSAGRAÇÃO
Ó Glorioso Patriarca São José, que por Deus fostes estabelecido para a cabeça e guarda da mais santa entre as famílias, dignai-vos lá do céu ser também a cabeça e guarda desta, que aqui está prostrada diante de vós e pede que recebais sob o manto do vosso patrocínio. Nós desde este momento vos escolhemos para Pai, protetor, conselheiro, guia e padroeiro e colocamos debaixo da vossa guarda especial a nossa alma, corpo e bens, tudo o que temos e somos, e vida e a morte.
Olhai-nos como vossos filhos e coisa vossa. Defendei-nos de todos os perigos, de todos os ardis e de todos os enganos dos nossos inimigos visíveis e invisíveis. Assisti-nos em todos os tempos, em todas as necessidades, consolai-nos em todas as amarguras da vida, mas em especial na agonia da morte. Dizei em nosso favor uma palavra a aquele amável Redentor que em Menino trouxestes em vossos braços, àquela Virgem Gloriosa de quem fostes amantíssimo esposo. Ó alcançai-nos aquelas bênçãos que conheceis serem proveitosas ao nosso verdadeiro bem e eterna salvação. Numa palavra, ponde esta (Família ou Congregação) no número das que amais e ela procurará por meio de uma vida verdadeiramente cristã não se tornar indigna de vosso especial patrocínio. Amém 

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