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Os
que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados,
embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação,
a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu.
1031 A Igreja denomina Purgatório esta
purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos
condenados. A Igreja formulou a doutrina
da fé relativa ao Purgatório, sobretudo no Concílio de Florença e de Trento.
Fazendo referência a certos textos da Escritura (1Cor3,15; 1Pd 1,7), a tradição
da Igreja fala de um fofo purificador:
No que concerne a certas faltas
leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o
que afirma aquele que é a Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado
uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado nem no presente
século nem no século futuro (Mt 12,32). Desta afirmação podemos
deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que
outras, no sáculo futuro.
Este
ensinamento apóia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a
Sagrada Escritura fala: “Eis por que ele
[Judas Macabeu] mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam
morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado” (2Mac 12,46). Desde os
primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios
em seu favor, em especial o sacrifício eucarística, a fim de que, purificados, eles
possam chegar á visão beatífica de Deus. A igreja recomenda também as esmolas,
as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos:
Levemo-nos socorro e celebremos sua memória. Se
os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai [Jó 1,5], por que
deveríamos duvidar de que nossas ofertas em favor dos mortos lhes levem alguma
consolação? Não hesitemos em socorrer os
que partiram e em oferecer nossas orações por eles [S. João Crisóstomo, Hom. In
1Cor 41,5].
Fonte: Catecismo do Beato João Paulo II
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