O
patrocínio de São José aos moribundos se estende, depois de seu trespasse, para
o Purgatório, onde com sua caridade excelsa os protege e consola, obtendo de
Deus alívio, abrandamento e abreviação das suas pernas.
Por mais que uma pessoa seja pobre e
indigente na Terra, ela sempre estará mais atendida dos seus semelhantes do que
as pobres Almas do Purgatório. Pois aqui na Terra podemos rezar uns pelos
outros, podemos nos ajudar mutuamente, podemos sempre esperar consolos de
alguma espécie.
No purgatório, porém, as almas benditas
que ali estão purgando seus pecados e se
preparando para comparecerem purificadoas
e santas, na presença de Deus,não podem rezar por si mesma, não podem
aliviar mutuamente suas penas.
Elas, que constituem a Igreja Padecente,
podem, entretanto, se beneficiar dos auxílios da Igreja Triunfante (constituída
pelos justos que já estão no Paraíso) e dos auxílios provenientes da Igreja
militante (ou seja, dos fieis que ainda estão em estado de prova, nesta vida
mortal).
As almas do Purgatório sofrem
atrozmente, não somente as penas sensíveis do fogo do Purgatório, mas também as
penas que lhe vêm de não poderem ainda ver a Deus — sumo Bem em direção ao Qual
se sentem atraídas. Elas sofrem e, paradoxalmente, amam o seu sofrimento,
porque sabem que não podem comparecer diante de Deus conservando restos de suas
antigas faltas e imperfeições.
Peçamos a poderosa intercessão de São
José para libertação das Almas do Purgatório, especialmente aquelas que são mais
necessitadas que são mais necessitadas e aquelas que, por algum título, nos são
mais caras. E peçamos desde já, antecipadamente, por nós mesmos, quando lá
estivemos — se a tanto nos for reservado pela
misericórdia de Deus. Não poderemos então rezar por nós mesmos, quando nada
impede que desde já peçamos, para essa ocasião, o poderoso Patrocínio de São
José.
Por que atribuir a esse glorioso Santo o
papel de essencial consolador das almas do Purgatório? Porque ele, de certa
forma, já se antecipou a esse papel quando, depois da morte—
e não podendo entrar logo no Céu porque ainda não se dera a Redenção—
precisou esperar na Mansão dos Mortos, juntamente com os justos do Antigo
Testamento, até que o sacrifício do Calvário lhe facultasse a entrada no
paraíso. A piedade cristã tradicional sempre entendeu que São José, tendo
morrido nos braços de Jesus cristo pouco antes da Redenção, recebeu de seu
Filho o encargo do consolar os justos que esperavam pela visão de Deus,
anunciando-lhes para breve a sua libertação. Muitos desses justos ressuscitaram
como se lê no Evangelho (MT 27, 52-53), depois da morte de Jesus Cristo e
visivelmente aparecerem em Jerusalém, para depois serem levados ao Céu. Muitos
cristãos piedosos também creem que, na ocasião, São José ressuscitou e foi
levado ao Céu em corpo e alma, não devendo aguardar, como o comum dos homens, o
fim do mundo e o Juízo universal, para somente então, ressuscitarem.
Fonte:
São
José, O esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, editora Petrus, 1ª edição, ano
2010, Pg94-96.
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