OITAVO DIA
Oremos para que Deus nos conceda a graça de repelir
as tentações, que durante o dia experimentarmos.
Pai
Nosso ... Ave
Maria ... Glória
...
Jaculatória: “Coração
de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.
Jesus e os Aflitos
Que impressão deviam fazer nos corações estas
palavras de Jesus: “Oh vós, que estais oprimidos de dores e sofrimentos, vinde
a mim, que eu vos aliviarei!” Ainda ninguém tinha falado assim; ninguém se
havia mostrado tão acessível a todos como Jesus… Assim, vede: os pobres, os
doentes, e os abandonados são os que o acompanham. — Quem os queria
anteriormente? Quem não os bania de sua convivência? Ó Jesus, ensinai-me a ter
um coração compassivo, a amar aqueles a quem ninguém ama, a acudir aos que
todos repelem… Dai-me sempre muitos corações, a quem eu possa consolar durante
a minha vida.
“Hoje procurarei ser útil a alguém da minha
companhia”.
EXEMPLO
O Dr. José Charazac, fundador da Policlínica de
Toulouse, autor de várias obras científicas elogiadas como de alto valor pela
imprensa profissional, foi um verdadeiro cristão, sem fraqueza nem respeito
humano. Começava, habitualmente, o seu dia por uma longa visita à igreja de
Beaulieu, onde, recolhido em fervorosa oração, oferecia ao Coração de Jesus as
primícias de seus trabalhos. Depois, todo entregue aos deveres da profissão
suportava-lhe as tarefas com uma paciência heroica, viajando a toda a hora do
dia e da noite para acudir aos enfermos, sem olhar a tempo desfavorável nem a
maus caminhos, e dirigindo-se primeiro e de preferência aos pobres: “Os ricos,
dizia ele, tem mais recursos; lhes é mais fácil providenciar”. Seu grande
espírito de fé lhe fazia ver no indigente a personificação de Jesus Cristo
sofrendo. Um dia, um amigo lhe disse: “Meu caro, eu tenho muitos doentes para
lhe mandar; devo, porém, prevenir que todos são clientes pobres e para
consultas gratuitas”. — “Mas então, respondeu logo ele, não se há de tratar aos
infelizes que não podem pagar médico? Mande-mos todos, e sempre”. E todos os
enfermos que lhe enviei, informa esse amigo, voltavam penhorados: não só lhes
dispensava cuidados, mas fornecia-lhes remédios, dava-lhes até dinheiro, e com
tanta bondade, que o modo de socorrer duplicava o mérito e o valor do serviço
prestado. Aos 34 anos de idade, caiu gravemente enfermo, e preparou-se para a
morte, comungando várias vezes na semana: no Coração de seu Deus é que o médico
exemplar ia haurir a sua invencível coragem e perfeita resignação. Tinha filhos
em tenra idade que a miúdo o acarinhavam; com os olhos marejados de lágrimas,
ele dizia então aos que o cercavam: “Faça-se a vontade de Deus! eles não
puderam conhecer-me bem; vós lhes direis quanto eu os amava!” Um pouco antes de
expirar, exclamou: “Eu morro! mas diviso lá no alto uma felicidade mais
perfeita, vejo o céu, eis a eternidade bem aventurada. Lá, eu vos tornarei a
ver um dia”. E, levando a mão ao coração, sorriu docemente à família, traçou
sobre si um grande sinal da cruz, e entregou a alma a Deus. Na sociedade médica
de Toulouse, em sessão de 21 de novembro de 1892, o secretário geral, Dr. Bezy,
fazendo o seu necrológio, dizia entre outras coisas: “Ao lado de numerosas
coroas depostas sobre o seu féretro pela piedade dos seus, via-se um “bouquet”
de violetas trazido, timidamente, por um “pobre menino” a quem Charazac salvara
a vida por uma hábil traqueotomia… Pratiquemos as virtudes de que nos deixa o
mais belo exemplo, e que resumem sua vida privada e sua carreira científica:
Amor do trabalho, coragem na luta, bondade com os infelizes”.
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Fonte: Mês do Sagrado Coração de Jesus -
Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.
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