12º Dia - Mês do Sagrado Coração de Jesus



DÉCIMOSEGUNDO DIA
Oremos por todos os membros de nossa família.
Pai Nosso ... Ave Maria ... Glória ...
Jaculatória: “Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que vos amemos cada dia mais”.

S. João repousando sobre o Peito do Salvador
Que amável familiaridade! Apenas me parece compreensível e, contudo, meu Deus, não tenho eu esta dita de S. João cada vez que comungo? Se eu tivesse a pureza que ele tinha, se eu amasse a Jesus como ele o amava, ah! que deliciosos momentos pas­saria ao pé do altar, guardando Jesus comigo, e em mim! Agora explico estas palavras de uma adolescente: “O céu é uma primeira comunhão contínua”. Pois não está em mim o céu depois da comunhão? O Evan­gelho não diz que S. João falasse muito com Jesus, mas diz que foi o único Apóstolo que se achou no Calvário… oh! também aí me achareis, meu Jesus! nada me separará de vós, nada.
“Farei hoje um ato de reparação a Jesus no SS. Sacramento”.

EXEMPLO
Otávio de Ravinel, noviço da Companhia de Jesus, revelara desde a infância um coração angélico: ainda criança, abraçando sua mãezinha, dizia, às vezes, muito sério: “Eu quero ser um apóstolo”; e ao voltar da igreja, onde na bênção do SS. Sacramento segurava a naveta do incenso de que ainda rescendia, notava contente: “Trago o perfume de Nosso Senhor!’ Num dia da festa dos Santos Inocentes, escrevia: “Tenho inveja desses milhares de meninos que se festejam hoje e que derramaram o sangue para salvar o Menino Jesus”. Na escola apostólica de Amiens, acometido de uma afecção que o prendeu por muito tempo ao leito ou a uma cadeira, sem nunca se impacientar, dizia: “Se o bom Jesus padeceu tanto, um de seus filhos não pode sofrer um pouco?” Entrando para o noviciado, ele se ofereceu ao Coração de Jesus como vítima pela salvação das almas, propondo-se a trabalhar sempre em favor delas, e aplicando às do Purgatório, pelo voto heroico, todos os méritos satisfatórios e indulgências que lucrasse du­rante a vida, e os sufrágios que tivesse por morte. Ficava-lhe por fazer só o sacrifício da vida; esse ofere­ceu-o ele também, mais tarde. Uma alma em perigo de perder-se lhe foi recomendada: “Eu me considero par­ticularmente encarregado por Nosso Senhor da salvação desta alma. Peço a Jesus que me faça sofrer o preciso para alcançar a sua conversão completa”. E o sofrimento veio, chegando ao extremo. Porém na manhã mesma de sua morte, ao acabar a ação de graças da Comunhão, recebia esta carta: “Oh! como te hás de sentir feliz de que teu último sacrifício tenha sido para reconduzir uma alma ao bom caminho! Que poderei eu fazer em retribuição? pedira Deus a tua saúde? Eu o fiz, mas parece que Deus não quer escutar as minhas súplicas. Porém não partirás sem ter de mim uma consolação; aquele por quem te ofereceste, vem, de joelhos, ante o teu leito de sofrimentos, prometer-te ser um bom cris­tão durante o resto da vida. Tu me enviarás as forças, do alto do céu, para que eu mereça reunir-me a ti um dia”.
Otávio rendeu graças, comovido, e exclamou: “Agora, só me resta morrer”. — “Por que? lhe perguntaram”. “Pois não ofereci eu minha vida por essa conversão? Deus ma concedeu: cumpre-me pagar”, pouco depois, expirava, na flor da juventude, em transportes de fer­vor, como se tivesse já o céu diante dos olhos.
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Fonte: Mês do Sagrado Coração de Jesus - Padre José Basílio Pereira - 2a. edição, 1913.


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